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Mostrando postagens de novembro, 2017

Na Revolução dos Bichos

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A Revolução Russa derrubou o sistema czarista, implantando o tão sonhado socialismo que em teoria traria a igualdade social e a resolução de todas as mazelas da sociedade russa. Em um país imenso, com uma população que passava fome, acreditou-se que o novo modelo, baseados nas ideias de Karl Marx, seria aplicado e então o povo seria o real detentor do poder. Erro Crasso! Stalin assume e inicia-se a grande perseguição no país. Sucessivos acontecimentos e tomadas de decisão unilaterais, fazem as esperanças de mudanças serem minadas e a, agora União Soviética, assume um clima de intolerância, vigilância, medo e desconfiança. Uma série de execuções dos opositores conhecida como o “Grande expurgo”, traz um número de vitimas até hoje controverso. George Orwell, autodeclarado socialista, percebe com a história da Rússia que o sistema teoricamente perfeito, não levou em consideração que seria aplicado por homens e que por sua vez tem na sua natureza o desejo de liderar e tirar vantagem.

Ken Follet

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Kenneth Martin Follett, é um escritor britânico, nascido em 1949, formando em filosofia pela University College London e que se destaca no cenário literário a muitos anos. Seus livros tem como temas principalmente fatos históricos, de guerra e espionagem. Com pesquisas e detalhes primorosos que permitem uma viagem no tempo poderosa, Ken Follet alcançou renome mundial. É um grande amante de Shakespeare e sempre que consegue não perde as peças apresentadas pela Europa. Alem de escritor, é músico amador com uma banda de blues chamada 'Damn Right I Got The Blues', onde toca violão. Dentre seus diversos livros, o décimo a ser escrito, chamado O Buraco da Agulha de 1978, alçou Ken Follet ao mundo dos grandes escritores tornando-se seu primeiro Best Seller. A história se passa na segunda guerra mundial, com um personagem se desenrolando para alcançar seu intento, sendo ele um espião. Dentre outros títulos do autor, podem ser citados A Trilogia do Século com os livros A Queda

Para Anne Frank

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Consequência da grande guerra de 1914, a chamada segunda guerra mundial estoura em 1939 quando forças da Alemanha nazista invadem a Polônia. Desde 1933 quando assume o poder, o então chanceler da Alemanha, Adolf Hitler defende ideias como: a superioridade do povo alemão, a culpa dos judeus pela crise econômica, a perseguição, isolamento e eliminação desse povo e de outros grupos como ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Com relação principalmente aos judeus, antes do inicio da guerra, políticas segregacionistas já eram colocadas em prática pelos nazistas, como a obrigatoriedade da identificação pelo uso de uma Estrela de Davi; proibição do casamento entre judeus e alemães; demissão de judeus de cargos públicos; criação dos guetos e de campos de concentração. Alemães perseguidos que conseguiram, fugiram para outros países e dentre as opções, encontrava-se a Holanda. Neste país, a suposta segurança durou até maio de 1940, quando a Holanda é invadida e iniciam-se t

Mundo Sem Fim

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Um prazer indescritível Uma das coisas que me encanta nos livros é o poder que eles tem de me transportar para outro mundo, outro ambiente, outra vida. E nesse poder, alguns possuem mais força para esse “teletransporte” do que outros. Um livro que me desliga completamente da realidade e faz meu coração acompanhar cada caminho dos personagens, me fazendo trancar a respiração, sentir o coração com aceleração alterada , é um livro que vai para a minha lista do “Supers”. Mundo Sem Fim, é um desses livros. Ken Follet, para mim pela segunda vez, mostrou como é um escritor magnífico, com o dom para criar histórias emocionantes e envolventes. 150 anos após o desenrolar de Os Pilares da Terra, o escritor me apresenta aos descendentes dos personagens que tanto me cativaram no livro anterior. E foi capaz de me fazer amá-los e senti-los como da outra vez. Os Pilares da Terra se passam no período histórico conhecido como A Anarquia, e O mundo sem Fim se passa durante a Guerra dos Cem An

Em A Casa dos Espíritos

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Chile. Parlamentar desde 1891, o país passou a ser uma República Presidencialista com a promulgação da constituição de 1925. Com os presidentes sendo eleitos, crises e instabilidades caracterizavam a fraqueza de cada governo. Da Constituição de 1925 até o golpe de Estado de 1973, três partidos passaram a dominar a política: o Partido Radical, o Partido Democrata Cristão do Chile e os Partido Socialista do Chile. Em meio aos problemas insurgentes, Salvador Allende, médico e político marxista chileno, fundador do Partido Socialista, concorre a presidência pela via democrática, desde 1952. O Chile se vê, crescendo, se desenvolvendo em alguns aspectos e também sofrendo de mazelas sociais. Um país com certa dependência dos investimentos externos e uma boa industrialização, mas com grandes problemas e desigualdades sociais. Os trabalhadores, parte da sociedade mais sofrida do país, cada vez mais insatisfeita vê ano a ano na proposta socialista uma possível resposta para seus problemas

Sobre O Palácio de Inverno

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O Palácio de Inverno (em russo: Зимний дворец) foi residência oficial do Império Russo do século 18 ao 20. Localizado no centro de São Petersburgo, esse antigo edifício agora faz parte do complexo do Museu Hermitage. Foi construído entre 1754 e 1762 para servir de residência de inverno aos czares russos e suas famílias. Catarina, a Grande, foi a primeira czarina a ocupá-lo e o ultimo foi Nicolau II. Ultimo Imperador e Autocrata de Todas as Rússias, o último Czar. Depois da Revolução de Fevereiro na Rússia, o Palácio de Inverno foi quartel-general do Governo Provisório da Rússia (1917). Czar Nicolau II foi o último imperador da Rússia. Seu reinado durou de 1894 até 15 de março de 1917, quando abdicou e, juntamente com sua família, foi preso primeiro no Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatievem, Ecaterimburgo. O último imperador da dinastia Romanov acabou sendo executado pelos bolcheviques em Ecaterimburgo, ao lad

George Orwell

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Pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 1903, cidade de Mothiari, Índia. Sua mãe tinha ascendência francesa e seu pai trabalhava para o império britânico. Eric cursou a prestigiada Academia de Eton onde se destacava como bom aluno. Assíduo leitor de escritores como Dickens e Zola, tornou-se critico ferrenho de qualquer tipo de totalitarismo. "Quando me sento para escrever um livro, não digo para mim 'vou produzir uma obra de arte'. Escrevo porque existe alguma mentira para ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar a atenção, e penso sempre que vou encontrar quem me ouça." (Geroge Orwell) Algumas de suas experiências pessoais serviram de base para muitos livros, como o tempo que trabalhou em Burma, atual Myanmar, assumindo um posto na polícia do império que culminou no romance “Dias na Birmânia”. Já na obra “Na Pior em Paris e em Londres”, Orwell relata o período onde pôde sentir na pele a miséria e a desigualdade quando trabalhador de uma fábrica

Anne Frank

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Anne Frank nasceu a 12 de junho de 1929, na cidade alemã de Frankfurt am Main. Uma menina judia que, durante a Segunda Guerra Mundial, teve que se esconder para se escapar dos nazistas. Com mais sete outras pessoas, ela esconde-se no Anexo Secreto, em Amsterdão. Pouco antes de ir para o esconderijo, Anne recebe o diário de presente de aniversário. Ela começa a escrever imediatamente e, durante o seu tempo no esconderijo, escreve sobre os acontecimentos no Anexo Secreto bem como sobre si mesma. O seu diário é um grande apoio para ela. Anne também escreve contos e coleciona as suas frases favoritas de outros escritores no seu Livro de Belas Frases. Depois de pouco mais de 2 anos escondidos, eles são descobertos e enviados para campos de concentração. Depois de sua morte, Anne torna-se famosa no mundo inteiro por causa do diário que escreveu. Fonte : www.annefrank.org

Isabel Allende

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Autora chilena que ganhou reconhecimento mundial com o livro A Casa dos Espíritos publicado em 1982, Isabel Allende é sobrinha do presidente chileno Salvador Allende e considerada a mais famosa romancista contemporânea da América Latina. Com o golpe militar em 1973, precisou abandonar o Chile e refugiar-se na Venezuela onde trabalhou como repórter e professora. Lá escreveu histórias infantis, além de algumas peças teatrais. Recebeu conselho do poeta chileno Pablo Neruda para abandonar a profissão de repórter e seguir como escritora, porem não levou muito a sério a sugestão e somente anos depois foi transformar a ideia em realidade. Dentre alguns de seus livros cito: - De amor e de Sombra : sobre o encontro entre Irene, uma jovem da aristocracia chilena, e Francisco, filho de um professor anarquista. Sobre o amor ameaçado pela sombra da ditadura chilena de Augusto Pinochet. - Paula : livro em homenagem a sua filha que internada muito doente, permanece meses em coma irreversí

John Boyne

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Nascido em Dublin na Irlanda em 1971, John Boyne estudou literatura inglesa no Trinity College (de Dublin) e já publicou mais de 10 romances para adultos e jovens incluindo o aclamado O menino de Pijama Listrado. Tem um programa de bolsa de estudos onde auxilia financeiramente estudantes irlandeses que realizam o mestrado em Literatura Criativa, na Universidade de East Anglia, em Norwich. Dentre os romances que escreveu: - O Palácio de Inverno ( The House of Special Purpose ): resenha publicada aqui no Blog. - O Ladrão do Tempo (The thief of Time): Sobre um homem que para de envelhecer. Sua aparência é de um homem de cinquenta anos, mas o tempo passa e seu físico continua imutável. - O Garoto no Convés (Mutiny on the Bounty): A história de uma provação em alto mar é narrada do ponto de vista de John Jacob Turnstile , um garoto sofrido salvo pela sua vítima de roubo quando esta lhe faz uma proposta para embarcar em um navio. A rígida disciplina da vida

A Revolução dos Bichos

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Brasil Resumido em uma Granja Frustrada, triste, inconformada, impotente... me vi descrita em forma de bicho. Vi a sociedade brasileira descrita nessas linhas. Uma sátira magnificamente escrita, onde George Orwell mais uma vez me impressiona pela mente crítica. Ele nos apresenta a Granja do Solar, onde os bichos, revoltados com o sofrimento causado pelo homem, conseguem expulsar o dono da granja e decidem fazer sua própria administração. E então Orwell nos conta como um sonho pode ser destruído. O livro é uma sátira sobre o comunismo, escrita em forma de fábula, podendo se passar até por história infantil. Acredito que se fosse pesquisar a fundo a história do comunismo na Rússia, me depararia com personagens “disfarçados” (claramente Napoleão é inspirado em Stalin). Entretanto, diante de todas as descrições de manipulação, exploração, desigualdade, abuso... foi impossível não trazer para a sociedade de agora. Aqui no Brasil. Orwell escreveu sobre o socialismo sem saber qu

O Diário de Anne Frank

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Uma Menina Anne tinha 13 anos quando se escondeu com a família e mais 4 pessoas em um sótão, e 15 quando foi presa enviada a um campo de concentração, onde morreu, possível de Tifo. Em seu diário, lemos uma descrição do dia a dia de sua vida e as demais pessoas no anexo (como ela chamava), além de suas visões particulares sobre sentimentos e sensações. No decorrer das páginas, vemos o amadurecimento de uma menina (na marra), mas que no fundo continuava sendo uma menina, que só queria viver. O tenso da história é sentir sua incompreensão sobre o que esta acontecendo: porque ela precisa ficar presa? O que ela fez? Que culpa ela tem? Qual o seu erro? Quando vai acabar? E além de toda a análise voltada para a segunda guerra mundial, focando na questão do nazismo, “lemos” o coração de uma menina de 13/15 anos que passa pela fase de: quem sou eu? Pra onde eu vou? Será que gostam de mim?... e esse “gostar de mim” é o tocante. A descrição da relação dela com a mãe é muito forte. S

A Casa dos Espíritos

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“Ser-me-á muito difícil vingar todos os que têm de ser vingados, porque a minha vingança não seria mais que outra parte do mesmo ritual inexorável.” Impossível ler esse livro e não começar a pensar no nosso mundo, hoje. Uma história, sobretudo politica e aterrorizante. Os acontecimentos ocorrem um a um, como um enorme quebra-cabeças, que trazendo para nossa vida atual é: colher aquilo que plantamos. Li, sobre o amor, sobre a crença, sobre a família, mas mesmo nesses momentos, a historia era sobre o rico que se achava no direito de sobrepujar o pobre. Sobre o pobre que não acreditava no direito para si, mas que quando o tem ao seu favor, não sabe lidar... e não sabe lidar porque nunca o teve. Um país dominado pelas diferenças de classes, com pessoas tentando mudar essa realidade (não que soubesse o que fazer com a mudança). Quando a esperança surge, os dominantes com medo de perder seu poder, começam a cavar a sua própria sepultura. Uma realidade tão parecida com o

O Palácio de Inverno

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Belíssima, triste e marcante história! Tem histórias, mais do que outras, que deveriam ter acontecido de verdade. Palácio de Inverno é uma delas. A narrativa discorre de maneira não ortodoxa com duas descrições temporais diferentes se desenrolando. No tempo mais presente e no tempo mais passado, Geórgui Danielovitch Jachmenev conta sua história de vida no desenrolar da revolução russa. “– Nada, senhor — respondi, levantando de novo o olhar, agora com uma expressão decidida no rosto. — Não sou absolutamente nada. Apenas um homem que chegou recentemente neste grande país, em busca de um emprego honesto. Não tenho cores políticas e nem quero ter. A única coisa que desejo é uma vida calma e condições de dar um sustento digno à minha família.” Georgui é um menino que nasceu como tantos outros milhões de russos naquela época: sem dinheiro, que passava fome, trabalhava desde sempre, vivia um dia sem saber se teria comida no outro. O autor descreve a sociedade ainda feudal que vivi